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PROFISSÃO: ARQUEÓLOGO. AINDA EXISTE?

Arqueólogos estão em falta no mercado depois do PAC. Com obras, profissionais são requisitados para fazer relatórios ambientais.

Eles participam de escavações, procuram descobrir relíquias e buscam vestígios de civilizações passadas. Os arqueólogos -cuja atuação não está restrita às aventuras retratadas no cinema- começam a ser cada vez mais necessários no Brasil. Boa parte desse aumento de demanda tem a ver com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o desenvolvimento da construção civil.

QUEM SÃO ELES

São os arqueólogos os profissionais contratados para pesquisar o terreno onde serão construídas novas obras e elaborar relatórios necessários para obter licenciamento ambiental da área. Em 2010, o país bateu recorde em autorizações de pesquisa de licenciamento: 979. O maior saldo havia sido obtido em 2008, quando foram registradas 770.  "Mais de 90% da oferta de trabalho está nas [obras de] empresas privadas", diz Pedro Paulo Funari, professor do departamento de história da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e doutor em arqueologia. Com investimentos em obras de infraestrutura como estradas, a procura por arqueólogos no mercado de trabalho "tende a crescer na mesma escala da demanda por engenheiros", avalia.

Paulo Zanettini, diretor de uma empresa de pesquisa, diagnósticos e gestão de recursos arqueológicos, é exemplo de gestor que busca continuamente profissionais. A procura, porém, tem esbarrado em dois deficits. Um deles, explica, é a falta de arqueólogos no mercado. Existem oito universidades que oferecem bacharelado em arqueologia reconhecidas pelo MEC (Ministério da Educação). Dessas, cinco foram criadas a partir de 2008 e não formaram uma turma. Outro, completa Zanettini, é o perfil de profissional que sai dos bancos escolares -muito acadêmico. "Eles não têm formação para as necessidades do mercado de licenciamento", considera.

Solange Caudarelli, diretora da Scientia, empresa que atua no setor, concorda. "Estamos declinando uma série de convites para apresentar propostas de serviços porque não achamos número suficiente de arqueólogos."

O estudante de história Renato Mangueira, 20, é estagiário da Scientia e está especializando-se em arqueologia no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (Universidade de São Paulo).  Ele diz estar ligado ao campo privado porque foi onde viu "espaço para atuar".

FORMAÇÃO

- Curso tecnológico ou bacharelado em arqueologia - Graduação em outro curso, especialização e pós em arqueologia

Salário inicial: R$ 2.500

COMPETÊNCIAS
- Estudar terrenos
- Elaborar relatórios de licenciamento ambiental
- Fazer salvamento, resguardo e análise de objetos

FUNÇÕES
- Técnico de laboratório
- Técnico de campo
- Gestor de campo
- Gestor integral de projeto
- Coordenador de projetos
Fontes: empresas
Mercado restrito tende à saturação em médio prazo

DE SÃO PAULO
O entusiasmo de universidades na criação de cursos de arqueologia pode transformar o deficit de profissionais em excesso de mão de obra em médio prazo, dizem especialistas. Hoje, o país cresce em ritmo acelerado e precisa de trabalhadores com urgência, segundo empresários consultados.  A partir de 2012, no entanto, os novos cursos começarão a colocar profissionais no mercado -serão, aproximadamente, 120 arqueólogos por ano.  Pedro Paulo Funari, da Unicamp, explica que, sem emprego nas obras, o trabalhador tem vagas em um mercado restrito, como em museus, no Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) ou em órgãos de patrimônio de Estados e municípios.

SAIBA MAIS


Rede social de arqueologia: http://arqueologiadigital.com/

Sociedade de Arqueologia Brasileira: http://www.sabnet.com.br/

Instituições credenciadas no MEC que oferecem o curso: http://emec.mec.gov.br/


Fonte: Folha de São Paulo, Empregos, domingo, 14 de agosto de 2011. In: http://nace.com.br/clipping.asp?id_pub=5885&sec=. Acesso em 21 set 11

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